Este artigo faz parte de uma série que envolverão técnicas de vôo abrangendo basicamente:Térmicas, o que são, como centrar, onde encontra-las e as transições.
Centragem : A maior parte do tempo que passamos voando, fora em lift, é em térmicas, isto é, tentando ficar dentro delas. É muito raro quando damos 4 ou 5 voltas sem fazer alguma correção, estas correções são essenciais para sermos mais eficientes, subindo mais e mais rápido.
Cada fabricante de parapente tem os seus parâmetros. Para SOL e NOVA temos os seguintes parâmetros de porosidade para medições feitas com equipamento JDC MK1:
Abaixo de 10 segundos - não recomendado usar;
10-25 segundos - muito usado;
25-80 segundos - usados;
80-200 segundos - pouco usado;
acima de 200 segundos - relativamente novo.
Estas dicas são fruto de observações e experiências colhidas desde 1990, quando comecei a voar de parapente em São Conrado.
Primeiramente, vamos analisar o relevo e o micro-clima dentro de nossa área de vôo:
A grosso modo podemos considerar que em São Conrado os pontos cardeais estão balizados a Sul pelo mar, a Norte pela rampa, a Oeste pela Barra da Tijuca e a Leste pela Lagoa. Eu considero que o relevo dentro do polígono de vôo da SBR-324(eu acho que é este seu nome) está dividido em quatro movimentos, dispostos no sentido Leste/Oeste, do mar para o interior, a saber:
- o movimento dos Dois Irmãos;
- o movimento composto pela cordilheira da Gávea (entre a Gávea e o Horto), o Cochrane, a Agulinha, a Pedra Bonita e Pedra da Gávea;
- o movimento composto pelo Corcovado, o Sumaré e o Queimadinho; e - o movimento do maciço da Tijuca. Essa configuração orográfica cria compartimentos estanques(vales), que possibilitam a existência de condições de vôos típicas do interior bem próximo ao mar. Estas condições são favorecidas pelas diversas formações rochosas e pela vegetação da Mata Atlântica, que, quando sobre irradiação solar, são responsáveis pelo surgimento de atividade térmica.